O que
se ouve por ai é que ninguém é insubstituível. Será isso realmente
verdade? O ser humano, por mais que seja visto como força de trabalho pela
ótica socioeconômica, é absolutamente único, enquanto marca espiritual divina.
Exatamente por isto cada um de nós será único em tudo que fizer, ainda que
outros milhares também possam fazer o mesmo ou até melhor.
Quando estudei terapia familiar um dos temas de aula
foi evolução da família pós-moderna e suas implicações, nesta aula
assistimos ao filme “Tempos Modernos” com Charles Chaplin o
qual aborda este tema de forma brilhante. Os operários de uma fábrica
perdem a altivez dos artesãos, que são partes integrais de suas obras, para se
tornar extensões das máquinas que ajudam a operar. Neste contexto, Chaplin
deixa para reflexão uma de suas célebres frases: “Não sois máquinas! Homens
é que sois!”.
Hoje pela manhã recebi de minha sobrinha um e-mail
(daqueles sem autoria e que circula pela rede) com uma abordagem interessante
sobre o chavão “ninguém é insubstituível”. No texto é mencionada uma
sala de reunião de uma multinacional, onde o diretor geral, bastante nervoso,
fala com sua equipe de gestores. “Ele agita as mãos, mostra gráficos e, olhando
nos olhos de cada um, ameaça: ‘ninguém é insubstituível’”.
Essa frase é tão contundente que, aparentemente, não cabe
qualquer contra-argumento. Ela parece estar no mesmo patamar do “não somos
imortais”. Contestá-la pode soar arrogante, pretensioso. Mas continuemos como a
história do e-mail. - Assim que o diretor adverte seus subordinados de que
eles são peças passíveis de serem trocadas, deixando-os cabisbaixos e
silenciosos, eis que surge um inconformado (e provavelmente um
insubstituível!). A partir daí é travado o seguinte dialogo: - Alguma
pergunta? - Tenho sim. E Beethoven? - Como? - o encara o diretor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?
Silêncio…
O funcionário fala então:
- Ouvi essa estória esses dias, contada por um profissional
que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam
em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os
profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só
encontrar outro para por no lugar. Então, pergunto: quem substituiu Beethoven?
Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont?
Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman?
Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico? Etc.?
Queridos é claro que no mundo coorporativo todos são
substuíveis sim, pois já surgiram outros camisas 10 no futebol, outros músicos,
automobilistas e etc. Outros poderão substituir você na empresa, na escola, no
time e até mesmo na cama, mas, como seres humanos, como personalidades a lista
acima de insubstituíveis é interminável, especialmente se formos olhar não só
para aqueles que se tornaram famosos por terem destacado-se em suas
respectivas áreas de atuação profissional. Pois, eu poderia, sem muito esforço,
lembrar-me de pelo menos, uma centena de nomes – desconhecidos para a história
e para aqueles que estejam lendo este texto – que foram ou são peças
fundamentais em minha trajetória. Talvez você seja um deles. Todos diferentes
no jeito de pensar e sentir, mas insubstituíveis em seus próprios papéis quanto
a mim e quanto aos tantos outros que fizeram ou fazem parte de suas vidas.
Famosos ou anônimos, fortes ou fracos, bonitos ou feios, todos têm a sua
própria luz e são capazez de fazer a diferença nos infindáveis tipos de
escuridão.
Olhando novamente para o email: O rapaz fez uma pausa e
continuou: -“ Todos esses talentos que marcaram a história fazendo o que
gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E,
portanto, mostraram que são sim, insubstituíveis. Que cada ser humano tem sua
contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa.”
Talvez você possa concordar comigo que isto nos lembra que
é preciso viver a vida com grandiosidade e não importa o que os outros pensam. Cada
ser humano possui uma história de vida riquíssima que contem lágrimas,
alegrias, acertos, erros, coragem, timidez, ousadia, inseguranças, sonhos,
sucessos e frustrações. Como seres humanos que somos, choramos, sentimo-nos
frágeis, sofremos solidão ou temos reações ansiosas. Cada um tem a sua
complexidade inerente do ser humano. Muitas vezes não percebemos que no palco
da vida somos todos iguais. Não importa a cor da pele, credo religioso,
nacionalidade ou poder aquisitivo, fato é que somos seres humanos, pertinentes
a uma única e maravilhosa espécie. Basta que olhes para o seu DNA. A sua
impressão digital diz: “Você é único”, e é de fato insubstituível.
No mesmo e-mail ainda há um trecho em que é citada a
seguinte fala do “trapalhão” Dedé Santana no primeiro programa após a morte do
inesquecível Zacarias e de sua risadinha: "Estamos todos muito
tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo,
chamamos:… NINGUÉM… Pois nosso Zaca é insubstituível.” – concluiu, o rapaz
e o silêncio foi total.
Concluindo: VOCÊ É
UM TALENTO ÚNICO E COM TODA CERTEZA NINGUÉM TE SUBSTITUIRÁ!
Minha sobrinha terminou seu e-mail assim:
"No mundo sempre existirão pessoas que vão te amar
pelo que você é… e outras… que vão te odiar pelo mesmo motivo… acostume-se a
isso… com muita paz de espírito…”.
É bom para refletir e se valorizar! Boa semana.
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