Olá
pessoal, estou de volta. Minha proposta hoje é pensarmos um pouco acerca de
nossa tão bela e complexa humanidade, visto que por sermos seres distintos e
cada um de nós tem uma maneira peculiar de lidar com os dramas da vida. Podemos
enxergar de modo diferente um mesmo momento ruim em nossas vidas. Mas, todos
nós, sem exceção, já passamos por períodos extremamente difíceis, sendo que
muitos chamam estes momentos de “deserto”, um termo comum que significa uma
fase de solidão em um caminho de dor. Nesse lugar somos despojados de tudo o
que necessitamos para o nosso conforto.
Sua experiência nessas terras áridas podem ser muitas
coisas. Pode ser uma condição física debilitada, uma dor na alma que te fere
profundamente por causa de um cônjuge que o trai, a desilusão de um filho que
teima em quebrar todos os princípios familiares e caminhar em direção oposta,
um projeto fracassado; enfim o deserto tem muitas faces. Pode estar lotado de
pessoas e ainda assim estar solitário, pode chover dias e noites inteiras e,
contudo continua estéril. As árvores podem estar floridas ao seu redor, mas
lugar continua árido. Bem, a maioria das pessoas descreve esse mesmo quadro
dizendo: “Ficamos abandonados, amargando nossas tragédias pessoais”.
Mas a grande questão é: Por que o “deserto” de cada um de
nós tem que ser assim? Não somos todos de uma mesma espécie, de uma mesma raça?
Não somos todos simples humanos? Não somos feituras de um mesmo criador? Então,
por que então não nos ampararmos mutuamente?
Nós sabemos que as pessoas fogem dos problemas alheios.
Quando a dor é muito grande, as pessoas não sabem o que dizer, o que fazer,
como ajudar, ou mesmo como ficar perto. A maioria de nós prefere não se
envolver. Pensamos que na vida isso faz parte, e que logo a pessoa sairá desta
situação e ficará bem. Mas esquecemo-nos que muitos demoram a ficar bem, a se
recuperar. Alguns na verdade ficam mais ou menos bem, trazendo para dentro de
si a dor de um trauma que persiste e pode durar uma vida toda. E tem aqueles
que realmente saem do “deserto” ainda que sozinhos, mas sofrem em demasia,
sofrem porque não foram ajudados, consolados e amparados.
Que espécie de seres humanos somos nós quando enxergamos a
dor de um semelhante e ficamos alheios a isso? Por que a palavra “deserto” tem
ainda de estar em nosso meio? Talvez eu esteja escrevendo para alguém que por
uma razão qualquer se encontre num beco sem saída e esteja se perguntando: Onde
está Deus? Como vou enfrentar isso? O que devo fazer? São tantas perguntas sem
respostas não é mesmo?!
Mas deixe-me dizer-lhe uma coisa: Deus, que é o Senhor de
nossas vidas, não nos abandona jamais. Ele não nos deixa a mercê de um momento
ruim. Eu não creio, não posso crer, não consigo crer em um Deus assim, pois
isso é contra a sua natureza. Com certeza Ele, o Pai Eterno se entristece com
tanta falta de amor, compaixão e solidariedade entre seus filhos. Enquanto nos
fartamos em nossos instantes plenos de alegria, motivação, êxito, nosso
companheiro ao lado muitas vezes está vivendo um momento profundo de dissabor.
Experimente por favor, mudar sua atitude para com o próximo.
De um “bom dia” seguido de um sorriso para seus colegas de trabalho. Gaste um
pouco do seu precioso tempo com alguém que está passando por momentos de dores.
Não espere que ele venha até você e lembre-se que quando nos sentimos feridos,
nossa tendência natural é nos isolarmos. Então querido, entre, vá ao encontro
deste e estenda a sua mão e o seu abraço. O deserto de alguém pode chegar ao
fim quando estendermos nossas mãos, quando intercedermos em uma oração que pode
fazer a diferença, quando caminharmos juntos, quando entendermos as lágrimas de
nosso próximo.
No deserto, quantos já se desesperaram e buscaram ajuda em
pessoas que não quiseram ajudar, estender a mão e consequentemente sentiram-se
ou foram literalmente humilhados, massacrados, iludidos e esperaram demais por
uma solução que nunca chegou.
Para aqueles que estão vivendo um momento de deserto, posso
assegurar que vocês não estão sozinhos. Não fiquem decepcionados com palavras
que vocês esperavam e não ouviram ou com atitudes que vocês não viram
acontecer, não entrem em auto comiseração. Levantem a cabeça, creiam num amanhã
melhor, procurem crescer com a dor e a solidão, dependam de Deus o autor e
consumador da vossa fé, dependam daquele que sabe o que é padecer e que jamais
te deixará só.
No meio de tanta gente que está aquém do que você está
vivendo, Deus sempre levanta alguém para erguer você, para fazer a diferença em
sua dor, para falar coisas edificantes que fazem você seguir em frente.
Permita-me estender-lhe a minha mão através deste texto, pois não acredito em
deserto, acredito em um vale, onde existem, sim, caminhos difíceis, mas que
existem também planícies verdejantes, águas tranquilas e o frescor de uma brisa
de paz, que nos acalma e nos ampara.
Siga em frente amigo! Pois nesse deserto povoado de uivos,
Deus é contigo.
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